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    Escritora, professora, linguista e teóloga, há vinte anos envolvida no trabalho voluntário de produção de material e ensino. Licenciada em Letras - Português-Inglês pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC/PR. Bacharel em Teologia pela Faculdade Fidelis, Curitiba/PR. Mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC/PR. Doutoranda em Teologia Exegese e interpretação da Bíblia) pela PUCPR. Cursos e publicações disponíveis: https://linktr.ee/angelanatel Endereço para correspondência: Caixa Postal 21030 Curitiba - PR 81720-981 Produção disponível em https://independent.academia.edu/AngelaNatel Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7903250329441047

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Radicalidade é fundamento, não um ponto de chegada

“me causa estranhamento cada vez que ouço, de pessoas cis, sobre agora elas estarem diante de um governo que elas finalmente têm a liberdade de criticar. Me faz pensar no quanto são covardes, no quanto suas lutas e resistências parecem invariavelmente condicionadas à autorização ou desautorização do “papai Estado”.
Um tipo de inércia e passividade que foi cultivando nestes passados anos em que o fascismo tornou-se pedagogia de limite para nossos sonhos. A mesma dinâmica de um relacionamento abusivo da parte do Estado: submetidas aos limites de tortura institucional e psicológica, somos educadas a agradecer e louvar o que ainda é pouco.
Essa “esquerda” fake, que boicotava lutas autônomas e ação direta desde quando estava no poder, foi muito bem sucedida em consolidar pedagogias de passividade e docilidade política, viciando-nos ao aguardo das eleições vindouras como única promessa de esperança. Nunca esteve em seus interesses confrontar o fascismo – ao contrário: serviram-se do choque e da destruição que o fascismo promoveu para nos fazer agradecer às conciliações com os mesmos grupos que deram o golpe.
Aliam-se aos evangélicos no apagamento das pautas de travestis e pessoas trans, abrem portas para o agronegócio, criminalizam o aborto, perpetuam tecnologias de encarceramento e morte em nome da “guerra às drogas”… enquanto sustentam um simulacro de diálogo, de “representatividade”.
Não… nossa luta não se tornou mais fácil. A violência escancarada e explicitamente torturadora de um governo fascista – deu lugar à violência que se dissimula entre as retóricas de uma pretensa democracia. A retórica de um governo manipulador não é menos perigosa do que os discursos de ódio declarados – demanda, talvez, uma esperteza mais atenta para que nossa revolta e nossas lutas não sejam afogadas em meio a esse espetáculo celebrativo.
E por isso mesmo, a radicalidade do mundo pelo qual lutamos não pode ser negociável. Justamente porque não se trata de um ponto de chegada – precisamos internalizá-la enquanto o próprio fundamento do que nos movimenta.
Sem ela a trégua democrática à qual estamos assistindo não será mais do que passagem a um novo cenário ainda mais fascista.”

Autoria: @lesbikaos.groove (Instagram)

Fonte: https://www.instagram.com/p/Cm7qQ9avZKi/?igshid=NDdhMjNiZDg%3D

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