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    Escritora, professora, linguista e teóloga, há vinte anos envolvida no trabalho voluntário de produção de material e ensino. Licenciada em Letras - Português-Inglês pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC/PR. Bacharel em Teologia pela Faculdade Fidelis, Curitiba/PR. Mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC/PR. Doutoranda em Teologia Exegese e interpretação da Bíblia) pela PUCPR. Cursos e publicações disponíveis: https://linktr.ee/angelanatel Endereço para correspondência: Caixa Postal 21030 Curitiba - PR 81720-981 Produção disponível em https://independent.academia.edu/AngelaNatel Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7903250329441047

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Cultura é comportamento aprendido

O valor das teorias está em seu poder de explicar e prever. A teoria da adaptação através da seleção natural explica e prediz como as espécies evoluem, sobrevivem ou se extinguem. Uma enorme quantidade de dados apoia esta poderosa teoria, que nos ajudou a entender a história da vida no planeta.

Entretanto, o argumento de que nossas culturas e comportamentos podem ser explicados por genes egoístas que procuram implacavelmente se replicar e que o estupro, o assassinato e a guerra são reflexos disso vai muito além do conceito de seleção natural e é infundido na ideologia. Embora os escritores que tomam esta posição possam dizer que estão usando apenas metáforas, sua mensagem é clara: nós agimos, não por nossa própria vontade, mas de acordo com a vontade de replicadores egoístas invisíveis.

Há uma diferença entre a descrição do que acontece através da seleção natural e a atribuição da vontade e do motivo a forças invisíveis. Uma coisa é dizer que alguns genes são passados adiante e outros não, porque algumas mulheres e homens sobrevivem, reproduzem-se e deixam mais descendência em comparação com outros. É bem diferente dizer que “o indivíduo é uma máquina de sobrevivência construída por uma confederação de genes de vida curta” que, movida por genes egoístas “a ganância egoísta parece caracterizar muito do comportamento infantil,” ou comparar genes com gângsteres de Chicago. Tal frase sugere que os genes querem ser passados adiante e que eles garantem isso fazendo com que as pessoas façam coisas violentas e implacáveis. É como dizer que há tempestades porque os deuses do vento e da água as causam. Assim como as pessoas costumavam atribuir motivos desagradáveis aos espíritos, deidades ou demônios – como no velho ditado, “o diabo me obrigou a fazer” (The Devil made me do it) – tal pensamento atribui motivos desagradáveis aos genes. Em vez de nos dizerem que somos possuídos por demônios, somos informados que somos marionetes de nossos genes egoístas.

Surpreendentemente, o darwinismo e o neo-darwinismo são frequentemente invocados para apoiar esta posição de que os genes nos levam à crueldade e à violência – quando na realidade nem Darwin nem os principais arquitetos da síntese neo-darwinista sustentavam esta visão. Como David Loye documenta, estas interpretações ignoram completamente o que Darwin realmente afirmou em A Descendência do Homem: que na evolução humana a seleção natural declina em significado, com aprendizagem, ajuda mútua, amor, e o que ele chamou de desenvolvimento do sentido moral tornando-se os principais formadores de quem somos e podemos nos tornar.

Da mesma forma, Dobzhansky, Julian Huxley e Ernst Mayr, três dos pais da teoria neo-darwinista, enfatizaram que a evolução humana transcende as dinâmicas evolucionárias anteriores.

Como John O’Manique escreve em Origens da Justiça, para Dobzhansky a espécie humana é um produto transcendental da evolução que tem poderes de criatividade através dos quais inova dentro de parâmetros que ela mesma empurra constantemente para fora. Dobzhansky enfatizou especialmente a importância da cultura nos assuntos humanos. “O produto mais significativo, e o fator determinante primordial da evolução humana é a cultura”, diz ele, e “a cultura não é transmitida biologicamente através de alguns genes especiais; ela é adquirida de novo em cada geração pelo aprendizado e instrução, em grande parte através do meio da linguagem simbólica “.

Riane Eisler, Nurturing Our Humanity

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