
Querer ser amado, escutado e amparado em uma relação afetiva é uma demanda justa.
A questão está no modo como se espera que essas ações sejam demonstradas.
Não é ético se “empoderar” depreciando a aparência e o modo de ser de outras pessoas.
Quem diz:
– “devo ser amada porque meu valor estético, econômico, profissional é maior do que tal pessoa”, coloca em si a regra que mede a importância do outro.
– “como assim você ‘trocou’ uma pessoa de ‘respeito’ por uma que ‘não vale nada’?” esquece que o desejo do outro tem que fazer sentido apenas para ele.
Não é porque o outro achou determinada pessoa bonita, atraente, inteligente e interessante que precisamos achar o mesmo, afinal, cada pessoa é uma.
Tampouco precisamos, necessariamente, conviver e ter sentimentos positivos por pessoas com que não temos relações diretas.
Isso tudo não significa que temos o direito de buscar autoestima na depreciação alheia.
Esse tipo de segurança, em que outra pessoa é rebaixada para nos elevarmos, é frágil, falaciosa.
É no reconhecimento de nossa singularidade que podemos ser efetivamente amados.
É nesse combinado radicalmente único do modo como construímos e lidamos com nossas experiências, do nosso modo específico de sorrir, de chorar, das conexões e memórias que fazemos que está o que é irrepetível e incomparável de quem somos.
Quando os muitos ingredientes que nos constituiem confluem bem com os de outra pessoa, não há tanto o que temer, confie.
Texto de Geni Nuñez – @genipapos no Instagram
Assista a live “Descatequizar para descolonizar”, com Geni Nuñez em meu canal no Youtube (Angela Natel) –
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